sábado, 8 de maio de 2010

Sonhos e coisas

"Há um destino igual, porque é abstrato, para os homens e para as coisas — uma designação igualmente indiferente na álgebra do mistério.
Mas há mais alguma coisa...
Nessas horas lentas e vazias, sobe-me da alma à mente uma tristeza de todo o ser, a amargura de tudo ser ao mesmo tempo uma sensação minha e uma coisa externa, que não está em meu poder alterar.
Ah, quantas vezes os meus próprios sonhos se erguem em coisas, não para substituirem a realidade, mas para se confessarem seus pares em eu os não querer, em me surgirem de fora."
Fernando Pessoa