Em um documentário muito bem construído, o diretor José Padilha monta um quebra cabeças onde no final as peças se encaixam e dão sentido à história do sequestro
ocorrido em junho de 2006, mostrando a trajetória percorrida pelo protagonista.
Sandro do Nascimento, o sequestrador, assistiu ao assassinato da mãe aos 8 anos;
sobreviveu à chacina da candelária em 1993 e tinha apenas 21 anos na época do sequestro.
Em determinados momentos, o filme induz o espectador a sentir pena do sequestrador.
Se não é para tanto, pelo menos percebe-se que não se tratava de um bandido cruel, um "monstro".
A atuação da polícia no episódio remete à recente tragédia de Santo André.
A expectativa criada ao longo do filme torna a história interessante tanto para quem ainda não conhecia seu desfecho,
como para quem acompanhou o acontecimento transmitido ao vivo naquele dia 12 de junho de 2000.
Obs.: Esse documentário é diferente e melhor que "Última Parada 174", de Bruno Barreto, atualmente em cartaz nos cinemas e concorrente brasileiro ao Oscar.