domingo, 26 de setembro de 2010

As brumas do futuro

"Sim, foi assim que a minha mão
Surgiu de entre o silêncio obscuro
E com cuidado, guardou lugar
À flor da Primavera e a tudo

Manhã de abril, e um gesto puro
Coincidiu com a multidão
Que tudo esperava e descobriu
Que a razão leva tempo a construir

Ficámos nós, só a pensar se o gesto fora bem seguro
Ficámos nós, a hesitar por entre as brumas do futuro

A outra ação prudente, que termo dava
À solidão da gente, que desesperava
Na calada e fria noite de uma terra inconsolável
Adormeci, com a sensação de que tinhamos mudado o mundo
Na madrugada a multidão gritava sonhos mais profundos"
Trecho de As Brumas do Futuro,
do Madredeus.