quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Fausto e Maria

FAUSTO: Reza por mim, Maria.

MARIA: Rezar por ti? Sim rezarei. Mas o que tens?

FAUSTO: Reza por mim, Maria, e eu sentirei a calma do amor sobre o meu ser; como o luar sobre um lago estagnado, a fazê-lo um milagre de beleza.
Reza por mim e diz: "Oh Deus,  fazei ainda mais feliz esse a quem amo".
(Se é que me amas...)

MARIA: Ainda duvidas, meu amor?

FAUSTO: Dize: "Fazei feliz esse a quem amo, cujos olhos não choram por já não ter na alma lágrimas para chorar".
Não, não importa, não digas nada, reza e que a tua alma encontre os termos, as palavras que na prece murmurará...
Porque choras? Fiz-te chorar?

MARIA: Sim... Não... Eu choro apenas de te ver triste e sem que eu compreenda tua tristeza, meu amor.
Temes talvez que o meu acanhamento, que vem do amor, seja indiferença...
Ah, se palavras podem levar a alma nelas, Fausto, se o amor, este amor como eu sinto, pode dizer-se, sem o duvidar, o que eu sinto em minha alma quando te vejo, quando sinto o teu passo, quando penso em ti.
Se olhares, beijos podem mostrar o amor, todo o amor —
Crê que as minhas palavras, os meus beijos, o meu olhar têm esse amor.
Eu pareço talvez fria aos teus olhos; não duvides que eu sofra muito, muito por duvidares.

FAUSTO: Perdoa, meu amor!
Cedo aprendi a duvidar de tudo; por duvidar de mim, sem o querer
Sem razão de o querer ou de o pensar em tudo
Mas eu creio em ti, Maria, eu creio em ti... Como és Bela!