sexta-feira, 20 de março de 2009

Sêneca e a vida

Acabo de ler um livro com as cartas de Sêneca a Lucílio, e apesar do infeliz título de "Aprendendo a Viver", que sugere sugere algo da seção de auto-ajuda quando na verdade é de filosofia, traz reflexões interessantes.

Lúcio Anneo Sêneca foi um dos mais célebres pensadores do Império Romano e um dos ícones do estoicismo. A escola estóica foi fundada em Atenas por volta de 300 a.C. e propunha a arte de "Bem Viver". Mas esse bem viver está longe de ser uma busca insaciável de prazer. Para o estóico tudo tem um motivo para ser e nós não podemos mudar isso. Assim, o ideal do estoicismo é a indiferença em relação a todas as emoções, o que se alcança pela prática da virtude. Os estóicos suportavam as adversidades com calma e dignidade.

Discordo de muitas coisas nas cartas de Sêneca, mas dois trechos ficaram rebatendo no pensamento:
"... a coisa mais lamentável é perder tempo por negligência. Nisso, pois, falhamos: pensamos que a morte é coisa do futuro, mas parte dela já é coisa do passado. Qualquer tempo que já passou pertence à morte."

"... não nos devemos preocupar em viver muito, mas sim em viver plenamente. Viver muito depende do destino. Viver plenamente, depende do teu espírito. Uma vida plena é longa quanto basta.
Que interessa os 80 anos daquele homem passados na inação? Ele não viveu, apenas passou algum tempo pela vida. Não morreu tarde, passou longo tempo morrendo.
Peço-te, Lucílio: que nossas vidas, como as pedras preciosas, valham, não por sua duração, mas por seu peso."