
Com O Mundo é Bárbaro não foi diferente. Cada crônica não ocupa mais que duas páginas, o que torna a leitura muito agradável e que possibilita lê-lo aos poucos, sem compromisso com a sequência.
São crônicas escolhidas entre as melhores que o autor escreveu nos últimos oito anos; elas discutem a ascensão chinesa, a guerra contra o terror, a candidatura de Barack Obama à presidência dos Estados Unidos (ainda não havia sido eleito) e o passado e o futuro do Brasil e da América Latina.
Veríssimo permanece fiel a seu estilo, casando assuntos que dizem respeito a toda a humanidade com outros tirados da banalidade cotidiana.
Mas apesar disso esse definitivamente não é um livro de humor. Em quase todos os textos estão agudas críticas sociais.
Veja trecho de "Produtos do meio":
Todo brasileiro recebe, desde que nasce, uma educação em descaso. Nas privações que sofre ou vê sofrerem à sua volta, tem um curso prático e permanente de desprezo pela vida.
Um Estado oligárquico que desdenha dos direitos básicos de mais da metade da sua população é um Estado criminoso. Uma elite que constrói simultaneamente uma economia de fantasia para ela e uma das sociedades mais desiguais do planeta para a maioria é uma elite serial killer.
Nos dois casos, são péssimos exemplos para as crianças.


