"Quando os olhos emprego no passado,
de quanto passei me acho arrependido;
vejo que tudo foi tempo perdido,
que tudo emprego foi mal empregado.
Sempre no mais danoso mais cuidado;
tudo o que mais cumpria mal cumprido;
de desenganos menos advertido
fui, quando de esperanças mais frustrado.
Os castelos que erguia o pensamento,
no ponto que mais alto os erguia,
por este chão os via em um momento.
Que erradas contas faz a fantasia!
Pois tudo pára em morte, tudo em vento,
triste o que espera, triste o que confia!"
vejo que tudo foi tempo perdido,
que tudo emprego foi mal empregado.
Sempre no mais danoso mais cuidado;
tudo o que mais cumpria mal cumprido;
de desenganos menos advertido
fui, quando de esperanças mais frustrado.
Os castelos que erguia o pensamento,
no ponto que mais alto os erguia,
por este chão os via em um momento.
Que erradas contas faz a fantasia!
Pois tudo pára em morte, tudo em vento,
triste o que espera, triste o que confia!"
Camões