sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Ausência

"Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim."


Carlos Drummond de Andrade morreu em 17 de agosto de 1987. Há exatos 20 anos. Na época nem dei tanta importância assim, mas a partir dali, aos poucos fui conhecendo melhor sua obra. Pesquisando seus versos, recebendo e-mails contendo apresentações de seus textos com belas imagens ao fundo (como se eles precisassem).