sexta-feira, 15 de junho de 2007

Girassóis

Suicidou-se aos 37 anos.
A sua vida foi toda ela uma frustração. Ele falhou em todos os aspectos importantes para o seu mundo, em sua época.
Foi incapaz de constituir família, incapaz de custear a sua própria subsistência, mesmo incapaz de manter contactos sociais. Sucumbiu a uma doença mental.

Era o primeiro de seis filhos de um pregador protestante. Foi uma criança séria, quieta e introspectiva. Ainda jovem decidiu que sua vocação era a evangelização. Logo, porém, abandonou o curso de Teologia e foi trabalhar como pregador leigo.
Suas preocupações sociais lhe trouxeram muitos problemas, então decidiu-se pela pintura, incentivado pelo irmão mais novo Theo, com quem desenvolveu através dos anos uma grande amizade e forte ligação. Foi Theo quem sustentou financeiramente Van Gogh durante a maior parte da sua vida.
Produziu mais de 700 quadros em pouco mais de 2 anos.
Morou em Paris e em 1888 mudou-se para Arles (sul da França) onde conviveu com Paul Gauguin, e com teve uma amizade intensa e conturbada. Num dos acessos de depressão cortou a própria orelha.
Em julho de 1890 disparou um tiro no peito, morrendo dois dias depois. Suas últimas palavras, dirigidas ao irmão Theo, foram: "La tristesse durera toujours" (A tristeza durará para sempre).

Além da morte prematura, essa visão triste e amargurada da vida assemelha o pintor ao poeta, cuja última frase foi "I know not what tomorrow will bring" (Eu não sei o que o amanhã trará).

Van Gogh obteve reconhecimento somente após a sua morte. Se em vida conseguiu vender apenas um quadro, cem anos após a sua morte o "Retrato do Dr. Gachet" (aí ao lado) atingiu 82 milhões de dólares, um recorde.
A influência de Van Gogh no expressionismo é notória e pode ser reconhecida em vários movimentos da arte do século XX.